Digitando Em Voo
Pois é, depois de sair de Recife para voltar para casa, o avião da Gol fez conexão em Brasília, e neste momento estou sentado na poltrona de outro avião conferindo minha bagagem de mãos com receio de ter sido surrupiado por alguma autoridade da República. Porém me senti mais confortável quando a aeromoça informou que o Luiz Inácio e seus vassalos ainda não retornaram da Rússia. Mesmo assim, conferi todos os itens da bagagem, pela fama que tem a Capital federal. Depois que todos passageiros sentaram eu me levantei, olhei para todos lados para ver se avistava algum deputado do PT, PDT e Psol, felizmente não reconheci nenhum deles, respirei mais aliviado anda, e sentei. A aeronave está taxiando. Luzes apagadas. Fiquei dedilhando por teimosia, porque o asfalto da pista tem mais buracos do que o cofre do Haddad, vou parar porque estamos correndo, correndo, e num zás levantamos voo. Tchau Xandão!!! Putz, logo de quem fui lembrar nesta hora, acho que ficar uma horas em Brasília, azedou meu fígado.
Mas olhando a cidade do alto, bem iluminada, sem nuvens, e com o céu todo estrelado, ela até que é bonitinha, pena o tipo de gente graúda do Poder que “trabalha” nos seus edifícios.
Trabalhar é modo de dizer, pois essa turma é da pesada,
fazem mil e uma artes com o dinheiro público (dos contribuintes), mas trabalhar pelo povo e pelo país nadica de nada. A viagem noturna pela Gol tem suas vantagens, a principal delas, que a aeronave fica a meia luz e a gente dorme. E sonha que as aeromoças nos serviram um jantar caprichado, com lagosta e champanhe, numa viagem de antigamente. Pura ilusão.
Companhia aérea sem concorrência serve bebidas (coca-cola, guaraná, água com bolinha) e um mini pacotinho miserável de batata doce sintética e sem nenhum gosto. Mas sabem
cobrar muito bem o preço das passagens e bagagens despachadas. Este o monopólio criminoso da Gol, Azul e Latam. E quem não gostar que viaje a pé, de moto, de carro, de ônibus ou não viaje, fique em casa assistindo o Jornal da Globo.
Pô, estou ácido mesmo. Nem parece que fiquei 15 dias no Nannai, em Porto de Galinhas. Tudo por culpa da terrível conexão em Brasília. Falei antes do tempo: as aeromoças vieram agora gentilmente oferecer a cortesia da Gol: as tais bebidas e o intragável pacotinho de enganar bobo.
E não me fiz de rogado; peguei o pacotinho com as duas mãos, abri, e comi todinho com um copo de coca-cola. Serviu para abrir ainda mais o meu apetite. Voo calmo no mais, sem incidente, todos os passageiros com olhos fixos nos seus celulares e conversar que é bom, nada.
Aliás, falando em celular, lembrei da época que não podia usar dito aparelho quando o avião estava no ar, pois segundo a tripulação, poderia interferir nos computadores da aeronave e está iria para o chão. Tudo mudou, agora é uma zorra total, só está faltando poder fumar abordo. Daí a farra vai estar completa. Pim, pim, “Senhores passageiros, apertem os cintos, não fumem, estamos chegando em Curitiba…” Ufa, que bom, que saudades da família, dos amigos, dos vizinhos, do barulho da reforma do apartamento acima do meu, e do arzinho frio de minha
cidade das figurinhas do Zequinha…
“É claro que fiz esta crônica ontem à noite, dentro do avião, dedilhando a tela do meu celular. Uma pagina diferente com certeza, para um livro que não vou escrever, porque não gosto de corrigir meus textos. Espero que seja um leitura agradável e alegre.”